THE IRREGULARS / O BANDO

  Análise: The Irregulars (O Bando) – Netflix | Central Comics

(2021 - Presente)

Muitas são já as produções que exploram o universo criado por Sir. Arthur Conan Doyle, desde séries de televisão a filmes, como vimos muito recentemente com Enola Holmes, em que Millie Bobby Brown brilhantemente interpretou o papel de irmã do famoso personagem Sherlock Holmes. Esta produção de Tom Bidwell tem, no entanto, uma componente que até então não tinha sido explorada - o universo do fantástico. 

Um dos méritos da série é que, de facto, tudo nos faz lembrar Sherlock Holmes, mesmo sem precisar do lendário personagem para construir a sua narrativa (que aliás só aparece nos últimos episódios). A trama é protagonizada por um grupo de jovens órfãos que vivem na rua e que são contactados pelo braço direito de Holmes, o Dr. Watson, para investigarem estranhos acontecimentos naquela Londres Vitoriana. Na verdade já em Elementar (2013 - 2019) tínhamos visto a intervenção deste grupo de jovens a quem Sherlock recorria frequentemente. 

Apesar de ter muitos aspetos a melhorar a série não está mal conseguida. Notoriamente dirigida para um público mais jovem, a verdade é que nao fica agarrada aos típicos dilemas de adolescentes e revela personagens com alguma maturidade emocional, afinal outra coisa não faria sentido tendo em conta as suas histórias de vida. Claro, existem momentos de muita dispersão narrativa querendo fazer tudo em apenas 8 episódios, estendendo-os muito para além do que deveria acontecer. Também não deixo de observar com alguma pena essa crescente preocupação pelo preenchimento das quotas raciais que se pode ver em várias personagens, como Doutor Watson, a protagonista Beatrice, entre outros, que acaba por ser demasiado notório, retirando um pouco de credibilidade a um enredo que, apesar do seu universo fantástico, tem um background bastante sólido e com raízes históricas e literárias da época que retrata. Isto sem desprimor para a qualidade da interpretação dos referidos atores e atrizes, aliás Taddhea Graham vai muito bem no papel de protagonista, assim como a maioria dos seus restantes companheiros. O elenco definitivamente foi bem escolhido. Esse é um dos elementos que sustenta a série, assim como o magnífico retrato dessa Londres Vitoriana.

Quem gosta deste e tem uma mente suficientemente aberta para aceitar abordagens mais alternativas certamente gostará da série!

Classificação (7,4):
 
Argumento - 7
Cinematografia - 8
Representação - 8
Caraterização -7
Banda Sonora -7

 

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